p. 220-221 (trad. Mario Quintana)
Mas outras vezes (...) [minha vida atual] afigurava-se-me ao contrário inclusa em uma realidade que não era feita para mim, contra a qual não havia recursos, em cujo seio eu não tinha aliados e que nada ocultava além de si mesma. Parecia-me então que eu existia da mesma forma que os outros homens, envelheceria e morreria como eles e que, no meio deles, apenas pertencia ao número dos que não têm pendor para escrever. E assim, desanimado, renunciava para sempre à literatura (...). Esse sentimento íntimo, imediato, que eu tinha do nada do meu pensamento, prevalecia contra todas as palavras lisonjeiras que pudessem prodigalizar-me, da mesma forma que os remorsos na consciência de um mau cujas boas ações todos louvam.