Sítio dos Sonhos | Narciso de Andrade, “O Sonho”

Do autor de Poesia Sempre (2006). Sobre ele, leia, na revista Úrsula, a resenha “Os Dez Anos de Poesia Sempre de Narciso de Andrade” e a entrevista “Narciso de Andrade: O cinema era novo e, a literatura, antiga“, ambas por Marcio Calafiori.

Deitaram-no com suavidade e murmuraram
ternamente: (“Repousa”).
O homem inclinou a cabeça no travesseiro,
volveu-a para um lado e para outro, cerrou os
olhos e começou a sonhar…

Seus parentes, seus amigos, porém, não
compreenderam, e principiaram a chorar.

Durante a noite serviu-se café aos presentes. E
o homem – calmamente, deliciosamente –
levantou-se, atravessou o quarto, sorriu, tentou
dizer alguma coisa (não pôde) e – calmamente,
deliciosamente – atravessou a parede que dava
para o mar.

Seus parentes, seus amigos pararam de chorar.

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